“Fiz 21 mudanças de casa ao longo da minha vida” contava ela quase todas as vezes que nos encontrávamos. “Já morei em estação de trem, em vagão de trem..” continuava.
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Eu, menina, depois menina-mulher, depois mulher-menina ouvia atenta minha avó Iolanda contar suas histórias de vida, com os detalhes de sua força e sabedoria diante das circunstâncias da vida.
Era quase que impossível, diante da minha realidade, não me colocar no lugar dela e imaginar como teria sido diferente viver na sua época, com as suas condições. Quase que ao mesmo tempo abastecia o meu coração de admiração, força. A narrativa seguia com momentos de cumplicidade em família, simplicidade, integridade, respeito, disciplina, outras dificuldades, acolhimento e amor, muito amor.
Uma base forte e coerente, que encontrei e encontro nos meus tios, primos, no meu pai, irmão e em mim. Durante nossa convivência aprendi que podemos mudar de casa, espaço físico, mas o lar vai com a gente, com quem mora, e pode ser absorvido por todos que comem um pedaço de rosca e tomam uma xícara de café em volta da mesa. Ela fazia o tempo parar pra conversarmos com ela. Que saudade!
Nossas histórias, nossas memórias, os valores, os sentimentos, os desejos, os momentos, a família e o amor, que constituem um lar ocupam e querem ocupar um espaço em nossas vidas.

Escrevi esse texto sobre “Algo que Aprendi com Alguém” durante um curso*. Foi um momento de muita emoção, resgate, reconexão, gratidão, saudade…
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E você? Experimenta fazer esse exercício. Escreva algo sobre aquela pessoa que marcou a sua vida de alguma forma… deixa vir do coração, da alma.
Se sentir vontade, compartilha comigo 😉
*Curso “Monsters of The Future #2” da @oficiallittlemonster