Fiquei ali parada, imóvel, sentindo a energia daquela atmosfera desoladora e daqueles objetos esquecidos ao tempo. Observando cada detalhe, cada teia de aranha, cada superfície esbranquiçada pela camada de pó. Por quê tudo aquilo mexia tanto comigo?

Continuei ali em silêncio, imóvel e comecei a me conectar com a energia daqueles objetos, imaginar a história de vida de cada um. Será que as coisas têm alma? E se cada uma pudesse falar? Fechei os olhos, respirei, ativei todos os meus sentidos e algo mágico aconteceu! Comecei a ouvir as tristezas e os desejos do sofá, da mesa de centro, do abajur, do quadro torto na parede. Eles me pediam ajuda para voltar a viver, voltar a fazer parte da vida da pousada, dos hóspedes e da paisagem.

Como no musical “A Bela e a Fera”, todos, mas um de cada vez, foram me mostrando suas habilidades, aptidões e a sua melhor versão para aquele ambiente. Em poucos minutos consegui visualizar a sala toda remodelada. Cada um foi se posicionando no lugar certo, com as cores e texturas vibrando em harmonia. Estavam todos felizes, cheios de vida, animados com a possibilidade de voltar a ser-vir, e espalhavam essa animação acolhedora pelo ar. Uma festa! Conseguia até escutar a música do vento e o aroma das folhas secas.

Estava tudo ali, aguardando um olhar, um carinho, um tempo de dedicação. Apreciei aquela sensação deliciosa por alguns minutos e voltei,  com a certeza de que precisava espalhar essa novidade por aí: as coisas falam!

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